A Espanha tem destas coisas: tradicionalmente a mais avessa a quaisquer progressos em matéria de direitos dos animais, de repente dá um salto que a coloca – do ponto de vista jurídico – na vanguarda, e a grande distância. Falta passar do direito para as «moeurs», e convencer o povo espanhol a abandonar os espectáculos de matança.
O novo Ashram minimalista
terça-feira, 8 de julho de 2008
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4 comentários:
falta quase tudo, portanto .. convencer um povo a deixar de lado uma tradição milenar.
“Vejam os animais, os bois, as ovelhas, os burros, acreditem, eles também têm alma, também são seres humanos, só que têm pêlo e não podem falar; são pessoas de tempos passados, dai-lhes de comer; vejam as oliveiras e as vinhas… antigamente, também elas eram seres humanos, mas há muito, muito tempo, e já não conseguem recordar; mas o homem recorda e por isso é humano.”
Nikos Kazantzakis
(Prestando contas a el Greco)
“No olhar dos animais existe uma luz profunda e suavemente triste que me inspira uma simpatia tão grande que o meu coração se abre como um hospício para acolher todo o sofrimento das criaturas. (…) Se não fosse o respeito humano, eu ter-me-ia ajoelhado perante tanta paciência, tantas torturas, porque eu via uma auréola em volta das cabeças destes seres dolorosos, uma verdadeira auréola, grande como o universo, colocada pela própria mão de Deus. (…) Ó poeta, acolhe os animais torturados na tua alma, aquece-os e faz com que vivam em eterna felicidade! Vai e anuncia a palavra humilde que ensina a bondade aos ignorantes!” (…)
Francis Jammes
(…) (Franz) Werfel afirmou, muito acertadamente que existe uma ligação directa entre a fé na imortalidade e a compaixão universal para com todos os seres.
Neste contexto, a fé em Deus equivale efectivamente à certeza de que nada neste mundo, nenhum lamento, nenhum grito de dor, nenhuma tristeza, nenhum sofrimento serão padecidos, suportados em vão.
E o que é a fé em Deus, senão a certeza de que tudo fica guardado e conservado nesta memória imensa, infinita, que não esquece nada, porque compreende e ama tudo o que é, num eterno presente, amarrando-o no coração da sua existência?
E o que aconteceria – pensava Franz Werfel – se sobretudo nós, os seres humanos, e não apenas os próprios animais estivéssemos destinados e tivéssemos sido eleitos para nos erguermos como testemunhas da memória, nesse último dia da criação, que só conhecemos e no qual só temos esperança porque o intuímos através do padecimento e da compaixão que temos para com todo o ser vivo?
Nesse dia entregaríamos a Deus toda a dor e todo o sofrimento sepultados em nós, de modo que tudo isto nos pertenceria, seria inseparável de nós para toda a eternidade. (…)
Mergulhados no negro oceano da contingência, a nossa esperança consiste em aguardar a vida eterna. (…)”
Eugen Drewermann
In
Da Imortalidade dos Animais
Jansenista,
Considero as touradas um espectáculo degradante, mas, pelas informações que colhi (salvo seja!) de uma pessoa aficionada que muito respeito, considero mais humano a morte do touro em plena arena do que a sua lenta agonia nos bastidores, como acontece em Portugal.
Abraço,
Isabel Metello
Tourada, fiesta minoritaria en la España de 2008
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