Um banquete com os grandes do mundo, e no meu espírito a incessante toada «não pertenço aqui, não pertenço aqui».Um dos grandes, muito cúmplice comigo, adivinha-me os pensamentos e sussurra «devia ter comunicado outro compromisso como eu» e sai apressado a meio da função.
Fico a rir-me para dentro com este desconcertante conselho de uma das pessoas mais solenes e veneradas que conheço.
Começo a enviar SMS por baixo da mesa, eu que envio meia dúzia por ano. Depois a coisa anima com uns camaradas da minha geração, e a noite acaba bem.
Com sorte, este ano não me apanham noutra; não pertenço aqui, não nasci para isto.
2 comentários:
Podia discorrer a propósito, mas resumirei parágrafos longos em duas palavras: não acredito.
E, de repente, eis algo que se aplica...
Poderia ter sido escrito por V.Exa.; e estas coisas levantam tantas questões transcendentais:
"Estive em Copenhague onde onde fui para representar o Governo nas núpcias de prata do Príncipe herdeiro. Regressei ontem para assistir ao Congresso dos Americanistas de que sou membro por parte do nosso governo. Já ando cansado de festas e contradanças. É um trabalho mais fatigante do que o de carpinteiro.Em Copenhague houve festas interessantes, sobretudo para mim. Nunca vi tantos príncipes juntos. Além dos do país, que são inumeráveis, havia .... um Príncipe Oriental, com um séquito luzido, irmão do Rei do Sião. Numa ceia no Palácio Real, este Príncipe veio ao pé de mim e disse-me a seguinte frase: bebo à sua saúde, como representante do povo europeu de quem primeiro se ouviu falar no Oriente! Comoveu-me por tal forma esta frase, no meio das nossas misérias actuais que tive um desejo louco de lhe dar um beijo. Nenhum Príncipe europeu era capaz de ser mais amável! Isto devia contar-se nas gazetas porque consola a gente".
Encontrar o contexto aqui:
http://combustoes.blogspot.com/2008/06/afago-para-espritos-deprimidos-antnio.html
Enviar um comentário