Há uns anos tinha uma «running joke» com um amigo: depois de encontrarmos um velho conhecido, invariavelmente surgia entre nós a questão: "lembra-me lá a razão pela qual deixámos de nos dar com este gajo".
Um observação jocosa mas sábia. De vez em quando esquecemo-nos de coisas passadas e voltamos a cometer o mesmo erro de darmos confiança a pessoas que, se não fosse a memória falível, não mais teriam qualquer hipótese.
A minha memória é um baú transbordante de «emmerdeurs», às vezes distraio-me e lá deixo sair um ou outro, e tropeço nele, e volto a esfolar um joelho, e volto a rogar pragas contra ele, e volto a maldizer-me por me ter distraído.
Um observação jocosa mas sábia. De vez em quando esquecemo-nos de coisas passadas e voltamos a cometer o mesmo erro de darmos confiança a pessoas que, se não fosse a memória falível, não mais teriam qualquer hipótese.
A minha memória é um baú transbordante de «emmerdeurs», às vezes distraio-me e lá deixo sair um ou outro, e tropeço nele, e volto a esfolar um joelho, e volto a rogar pragas contra ele, e volto a maldizer-me por me ter distraído.
Tenho feito um esforço titânico, nestes últimos tempos, para reavivar a memória, e ninguém calcula a quantidade de razões que reencontrei para as despedidas que fui acumulando ao longo da vida. Há uma sabedoria peculiar nas relações humanas, e que se limita a proceder por eliminação. É como uma vacina: no momento dói, mas o benefício é incomensuravelmente superior.
2 comentários:
Posso assinar por baixo?
(...)"Há uma sabedoria peculiar nas relações humanas"(...).
Como se chega aqui sem mossas de monta?
Qual a fórmula do composto a inocular?
Onde as plantas secretas da arquitectura da blindagem?
Como a segurança e a certeza sobre a "eliminação"?
"So many questions, so little time" ou so much pain, so little hope, digo eu...
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