
No meu modesto entender, há apenas uma exploração do habitual efeito de plongé num grande plano: realçar os olhos, distorcendo a percepção habitual da cara (sugerindo a visão próxima e descendente do amante sobre a mulher submissa, de olhar implorante). Este tipo de olhar lembra-me muitas cenas com Michèle Morgan, a Bacall gálica, embora aí normalmente com uma exploração mais intensa da luz para realçar os olhos, e por isso com menos recurso a plongé.
Há outras excepções: os não menos espectaculares olhos de Simone Signoret foram sempre apresentados numa imagem frontal e sem esse artifício insinuante do plongé ou da iluminação diferenciada do rosto. Talvez porque, das três, fosse Signoret a dona do olhar naturalmente mais poderoso.


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