Um jovem promissor de outrora, ex-tudo, resolve agora expor embaraçosamente a sua total falta de talento e de sentido estético com umas pinturas de instrução primária (daquelas que garantiriam reprovação nas aulas de desenho do meu tempo) e com uns poemas que seguem, involuntariamente, o trilho aberto pela imorredoira Guidinha de antanho.
Nos seus tempos pessoano-sebastianistas já tinha problemas de relacionamento com a realidade (ele e a realidade não se falavam, acho). Um longo percurso entre alas de aduladores e parasitas deve-lhe ter afectado aquelas circunvoluções nas quais, diz-se, reside o sentido do ridículo, e ei-lo que regressa a um estado catatónico de infantilidade lustral, quase-fetal, que no seu espírito perturbado leva o carimbo de «arte». Diz ainda que a receita da venda das suas «obras» reverte para instituições de caridade, um talento esmoler que sempre assegurou boa imprensa: já anda a aprender, nesse aspecto em particular, com os cantores pimba, ainda vamos vê-lo a suceder ao Zé Cabra.
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