Le WEBANEL

Está a formar-se uma rede privativa dos «anciens», o WEBANEL. Claro que me inscrevi e aguardo pelo resultado, mas há uns factores que suscitam o meu cepticismo:
* é a pagar; mesmo sendo pouco, o pessoal quer tudo à borla
* há a inércia – enquanto não se formam «externalidades de rede» todos ficam na expectativa e nada acontece
* há uma certa forma muito blasée de não se querer mexer no passado (há quem entenda que as memórias de infância vulnerabilizam, em pequenos falamos de mais, partilhamos demasiado)
* há quem ridicularize essa «pertença» a um grupo de «anciens élèves», alegando (e muitas vezes acertadamente) que é uma solidariedade postiça, a recobrir a que não houve outrora
* conheço quem se angustie com o tempo que já passou, e não queira ser recordado da distância (mais elas do que eles)
* não faltam aqueles para quem estas reaproximações são o reavivar de velhas mágoas (a infância é cheia de mágoas, felizmente os adultos esquecem isso)
* há aqueles que querem que os deixem em paz, normalmente porque se sentem decadentes (homenzarrões ficam com a voz embargada revendo-se de bibe)
* e há os que não querem rever, talhados pelo tempo, adulterados nas suas promessas, os rostos que «congelaram» nas suas memórias
Falo disto porque há um bocadinho de cada um destes factores em mim mesmo. Daí a minha oscilação funda entre esperança e cepticismo: o passado é a mais promissora, mas a mais sombria, das florestas.