Petisca-se uns camarões no Costa do Sol, enquanto o olhar se alonga para as ilhas: as Chefinas, Macaneta, na linha do horizonte a mais distante Inhaca. O meu interlocutor explica que o seu negócio depende crucialmente da manutenção da corrupção ao nível actual, pois sem ela a maior parte dos seus clientes não poderiam pagar os serviços. Há muito que se reconheceu que essas formas paralelas de «economia informal» são a escapatória a regimes oficiais absurdos, e são muitas vezes o único contrapeso de eficiência à canga que os delírios comunistas tentaram, e em larga medida conseguiram, impor à vida do homem comum.
Ultrapassou-se o «tipping point» para lá do qual vence a massa crítica da corrupção, e ninguém consegue resistir ao uso dominante. E não é fácil vencer a tendência: outro regime de «moralização» multiplicaria as vítimas, apenas, e talvez não conseguisse mudar nada. Vão ser precisas muitas gerações para se ultrapassar esse círculo infernal.
Ultrapassou-se o «tipping point» para lá do qual vence a massa crítica da corrupção, e ninguém consegue resistir ao uso dominante. E não é fácil vencer a tendência: outro regime de «moralização» multiplicaria as vítimas, apenas, e talvez não conseguisse mudar nada. Vão ser precisas muitas gerações para se ultrapassar esse círculo infernal.
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