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Esclareçam-me:
Era suposto a Senhora, que não conheço, ter ficado em casa – talvez envergando uma burka?
Era suposto a Senhora seguir, como um caniche, as opiniões do marido (que também não conheço)?
Era suposto o marido ter sujeitado a mulher a um rastreio ideológico antes de casar com ela?
Será que homem que deixa a mulher ter opinião é assim uma espécie de «corno espiritual»?
Está o homem desgraçado por ter casado com uma mulher que sai à rua e se manifesta civicamente?
Pode ele reparar a honra manchada com uma tareia nela?
Que aconselhamento psicológico estará disponível para os homens que casaram com mulheres que não pensam como eles e que têm a audácia de não se anularem?
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Nada como andar no terceiro mundo para se perceber a cruel imutabilidade das coisas.
8 comentários:
E pergunta muito bem!
Neste país, até os mais revolucionários, bastas vezes,encaram o casal como uma entidade corporativa. Muitas mulheres, também, embarcam nesta auto-aniquilação ideológica que postuula que, por mais que a mulher, antes envolver o anelar com um objecto de ouro timbrado, parta a loiça toda; depois de casada, converte-se numa lady que nem uma chávena ousa mandar à parede... Enfim, heranças sócio-culturais de uma sociedade mascarada de evoluída, mas muito provinciana.
Um casal não é uma entidade colectiva, é uma união de dois indivíduos com experiências e idiossincrasias díspares e quanto mais díspares, mais emocionante se converte a relação...ou não!
Só tenho de dar os meus parabéns à esposa do antónio costa!
Muito bem! Subscrevo inteiramente o seu ponto de vista.
Bom dia e ainda bem que há jansenistas lúcidos...porque isto por aqui está cada vez mais cheio de machos e progressitas de pacotilha.
Concordo com tudo o que disse mas não se trata de machismo lusitano. É machismo ponto final. Situações destas causam o mesmo espanto lá fora. A fotografia que usou é fantástica e ilustra bem o seu comentário.
A foto devia ser enviada a Sampaio e Zapatero para abrirem os olhos para a "civilização" com quem dialogam...
Quanto ao resto,de acordo.
Até já houve casais em partidos diferentes e com funções políticas...
Do meu ponto de vista, Caro Jans, não há machismo algum. Fosse Ela a ministra e ele o manifestante, acharia o mesmo - quando o confronto chega ao nível a que chegou, uma participação deste género indicia ou que um relação não vai bem, ou que é o governo que está no mau caminho.
Por que será que me inclino para a segunda hipótese?
Abraço
Acho que tem toda a razão. Um casal não tem que ser uma fusão de personalidades ou a anulação de uma delas (da mulher, quase sempre). É bem mais estimulante e saudável quando há entendimento sem que um desapareça do mapa.
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