Sai-se do Hotel e de ambos os lados, tanto nas encostas do Sommershield como nas do Polana, multiplicam-se as mansões opulentas – mas metade estão inacabadas.
Ministros que saíram do governo antes de conseguirem acabar as casas, comenta um dos meus anfitriões. Num país com um fosso abismal entre quem tem quase tudo e quem não tem quase nada (ainda que não ao nível obsceno de Angola), cair em desgraça no governo pode significar um trambolhão para um centésimo, ou mais, do rendimento anterior.
Há uns dias mudaram alguns ministros, e um deles já lá tinha estado – continua o meu anfitrião –; conheço-o pessoalmente, e nestas últimas semanas já recebi dúzias de telefonemas de pessoal a perguntar-me «olha lá, ainda tens o telefone dele?». Tinham-no deitado fora da outra vez que ele saiu do ministério. Poucas horas depois da demissão até o e-mail lhe tinham retirado!
Imagino que a mansão que tem andaimes novos deve ser a do ministro regressado. Um pouco adiante um medonho painel de cerâmica evoca o enfermeiro Machel, o autor desta crua roda da fortuna com que se emociona a elite cleptocrática que «descolonizou» Moçambique.
Ministros que saíram do governo antes de conseguirem acabar as casas, comenta um dos meus anfitriões. Num país com um fosso abismal entre quem tem quase tudo e quem não tem quase nada (ainda que não ao nível obsceno de Angola), cair em desgraça no governo pode significar um trambolhão para um centésimo, ou mais, do rendimento anterior.
Há uns dias mudaram alguns ministros, e um deles já lá tinha estado – continua o meu anfitrião –; conheço-o pessoalmente, e nestas últimas semanas já recebi dúzias de telefonemas de pessoal a perguntar-me «olha lá, ainda tens o telefone dele?». Tinham-no deitado fora da outra vez que ele saiu do ministério. Poucas horas depois da demissão até o e-mail lhe tinham retirado!
Imagino que a mansão que tem andaimes novos deve ser a do ministro regressado. Um pouco adiante um medonho painel de cerâmica evoca o enfermeiro Machel, o autor desta crua roda da fortuna com que se emociona a elite cleptocrática que «descolonizou» Moçambique.
4 comentários:
Excelentes posts. Você ainda me há-de explicar como é que consegue fazer estas crónicas e não ser incomodado...
Primeiro: ninguém (ou quase) sabe a identidade do excelso Jansenista;
Segundo: "A moderação de comentários foi activada. Todos os comentários têm de ser aprovados pelo autor do blogue."
Terceiro: Lamentando-se (por algumas razões, que me abstenho de enunciar)o primeiro facto, entende-se perfeitamente (o que até adiciona algum 'frisson' a tudo isto). O segundo facto, até à data, pouco (me) tem afectado.
Há um higienismo salutar em manter a 'casa' limpa...
Vantagens do anonimato: assim faz-se «arte pela arte»...
Eh! Eh!
Cumpts.
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