O novo Ashram minimalista

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

The New Atlantis

Na capa da Atlântico deste mês: "José Lamego elogia John McCain".
OK, I give up.
Antes de fechar as luzes e ir dar um passeio ao jardim, ou ao bilhar grande, sugeria contudo que a revista passasse a chamar-se Atlântida, dada a sensação de irrealidade que se desprende de títulos como esse*.
Vai acima uma sugestão para a nova capa.
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* E ainda: Rui Ramos deambula pelos meandros do nariz de Cleópatra e António Carrapatoso denuncia «O Sistema» (Carrapatoso, o prototípico «excluído»...).

4 comentários:

Paulo Pinto Mascarenhas disse...

Caro Jansenista,

Explico para que não tenha dúvidas, ainda que as pudesse dissipar se comprasse a revista Atlântico: José Lamego escreve que a política externa de McCain é a mais consistente de todos os principais candidatos, mais ainda do que a de Hillary, de que se sente obviamente mais próximo em termos ideológicos.
O título parece-lhe menos irrealista assim?
Custa-me ler num blogue que leio uma opinião que permite a leitura de que está a pôr em causa a credibilidade dos títulos da revista que dirijo, confundindo um ensaio assumidamente de história virtual com um artigo sobre as primárias e outro a propósito da promiscuidade entre agentes políticos e económicos, em resultado do peso que o Estado tem na economia e na socidade - mais uma vez parece-me que o seu comentário resulta de não ter lido o artigo de Carrapatoso.

Mas enfim, cada um sabe de si e no modo como baseia as suas opiniões.

Melhores cumprimentos,

PPM

Jansenista disse...

Touché!
Não, não li ainda a revista, nem preciso de lê-la para captar a ironia dos títulos, e só a essa me referi. Acontece que conheço bem dois dos autores em causa, e acho de gritos os temas a que eles se propõem - tal como aparecem anunciados nos títulos.
1. Suponha que lê numa capa de revista: "Mafoma elogia o toucinho" - de pouco adianta, para reforçar ou desfazer a ironia do título, o que se possa ler no artigo (se calhar é Mafoma a elogiar o toucinho de tofu), o mal já está feito.
2. Compreenda também que ache irónico um historiador perder o seu tempo em conjecturas contrafactuais (de que gosto muito, eu que não sou historiador), como se não houvesse mais nada a investigar ou a dizer em termos factuais documentados. E logo um historiador daquele gabarito!
3. Finalmente... bem, já percbeu decerto a ironia de ver um dos próceres do nosso sistema económico perorar contra o sistema, depois de o próprio ter tentado o seu projecto político no «Manifesto Beato»...
4. A credibilidade dos títulos da revista fica, como vê, imaculada: mas isso só reforça o meu impulso irónico.
5. E por favor, meu Caro, não avance com o "custa-me ler..." e com o moralão "cada um sabe de si", como se fôssemos agora envolver-nos naquelas chatíssimas polémicas oitocentistas que acabavam à bengalada. Só essa já me tirou a vontade de comprar a revista (mas vou comprar à mesma).
Saudações aqui do Ashram, ao fim de um serão de trabalho.

margarida disse...

A coerência é tantas vezes irrealista, como a emoção má conselheira.
Não lhe deveria ter induzido - algo ingenuamente - o desembainhar da espada, Paulo, perdoe.
Sucede que as interrogações são constantes e cri uma 'nonchalance' que, já percebi, nunca poderá existir. Compreensível.
O excelso Jansenista pode ser tão implacável quanto magnânimo.
Aqui, é sua prerrogativa absoluta.
A nós cumpre resistir e continuar.
Sem bengaladas, que tal objecto se tornou (helás!) peça de museu.

Paulo Pinto Mascarenhas disse...

Caro Jansenista,

Longe de mim a ideia de andar à bengalada ou ressuscitar discussão maçadoras - para si e para mim. Só defendi a minha dama e o pessoal que lá escreve. E aceito os seus argumentos, ainda que não concorde.

Cumprimentos,

PPM

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