O Confrade Réprobo evocava as entradas no túnel do Rossio com máquinas a vapor (LER), e de repente lembrei-me de viagens da minha meninice para o Porto, rematadas com uma entrada com comboio a vapor na estação de São Bento, ao fim de um túnel e depois da vertiginosa passagem sobre o Douro. Um cheiro fétido e único, uma espécie de hálito húmido de enxofre e brasas e ozono, que entrava pelas frinchas das janelas e que eu, na minha inocência de criança, cheguei a pensar que seria o cheiro do Inferno. Lembro-me ainda do silvo estridente da locomotiva e do medo que eu tinha de passar na plataforma junto da mesma fumarada fétida que saía lateralmente do rodado. Penso nisso e quase me sinto a reviver o calafrio.
O novo Ashram minimalista
sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008
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2 comentários:
Aposto que foi então que o Amigo Jans começou a ser contra o fumo...
Do resto dou desenvolvimento no braseiro, com chaminé redentora, espero.
Abraço
Que memória tão pictórica e sensorial...; ainda cheguei a fazer viagens semelhantes (à excepção do fumo), em dias corridos para a praia de Miramar, em que nos sentávamos nos degraus das portas escancaradas - pelo calor e a afoiteza inconsciente - tremendo pelo arrepio de nos vermos suspensos na vetusta D. Maria, pés balouçando sobre o rio lá no fundo...
Esse odor...
Esse odor era mesmo assim...
Ah, saudade...
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