Passo na escuridão por São Pedro de Alcântara e na rádio «O Bairro do Amor», de Jorge Palma. O que essa música me evoca, uma verdadeira madalena proustiana! Momentos depois, vou a subir a Rua das Amoreiras e lembro-me de um bar manhoso que havia por ali, agora uma loja de tecidos, e chegam-me à memória umas cenas muito tresloucadas da minha adolescência. Um sorriso espontâneo assalta-me, e dialogo em surdina comigo mesmo. Cansado, cansado, nem reparo que já chegou o sinal verde, e buzinam atrás de mim. Estaciono e, sem razão aparente, outra madalena proustiana – o cheiro a guache, daquelas bisnagas de azul ultramarino e dos pincéis com um cheiro ligeiramente fétido a argila molhada, quando eu os apertava com os dedos debaixo da água a correr e parecia que a tinta nunca mais acabava...
O novo Ashram minimalista
quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008
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