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A nossa existência é uma tapeçaria, e o nosso decoro é a vontade de escondermos os nós e os remendos. Mas quando cada um está a sós com a sua consciência, não é como se estivesse a passar o dedo pelo lado áspero e oculto da tapeçaria? Talvez haja santos morais capazes de manter o verso e o reverso igualmente impecáveis. Para mim, o contraste e a aspereza fazem parte do sal da vida, não consigo imaginar-me sem eles.
1 comentário:
(Curioso contraste visual e filosófico...)
Impossível a inexistência de pontos hesitantes, remendos e nós imperfeitos.
Não existe, também, genuína santidade.
Existem fantasias e omissões.
A irregularidade na colgadura de uma vida é parte intrínseca da beleza do todo, contrastando, aqui e ali, com o colorido suave ou o padrão original e aflito de turbulências existenciais.
Cada vida se torna, assim, numa obra de arte.
Humana e universal.
Una.
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