O homem mais invejado do momento revela o seu «sentido de Estado», versão francesa, prestando um dos mais inequívocos tributos à tradição: a prerrogativa de escolha de uma parceira espectacular, uma espécie de variante propagandística do «direito de pernada» que tanto sucesso conheceu no auge de Versailles, e tantos dividendos trouxe à diplomacia francesa (a convicção «colbertista» de que o gosto do Chefe de Estado, e logo os seus critérios em geral, eram indiscutíveis e insuperáveis). E de novo se demonstra que o poder é um vigoroso afrodisíaco...
Toda a gente ganha: ela a projecção mediática que lhe assegurará sucessos para o resto da vida, ele um «aconchego» «grand luxe» e uma reputação de macho-alfa, e «les français en raffolent»!
Toda a gente ganha: ela a projecção mediática que lhe assegurará sucessos para o resto da vida, ele um «aconchego» «grand luxe» e uma reputação de macho-alfa, e «les français en raffolent»!
2 comentários:
O Direito de Pernada era medieval e local, tendo sido propagado pela conjunção dos medos atávicos dos sangues femininos, o da desfloração, no caso, com a disciplina eclesiástica. Nos tempos pagãos pedia-se ao sacerdote que desbravasse o caminho, para não se ser conspurcado pela impureza feminina. Tendo a Igreja consagrado a castidade para os monges e recomendado a abstenção da Luxúria ao Clero Secular, os camponeses tiveram de recorrer ao segundo neutralizador de malefícios, o Senhor.
*
A imagem que me ocorre para ilustrar a ideia-força do texto do Amigo Jans é a concepção cortesã encenada por Moliére para convencer o Marquês de Montespan: "A aliança com Júpiter não desonra".
E os Franceses claro que pensarão que finalmente arranjaram um Presidente digno.
No fim de tudo não era giro que, para além das más-línguas que ambos somos, eles se amassem deveras?
Abraço
Ha concedido importante entrevista a El Mundo.
Enviar um comentário