O novo Ashram minimalista

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Ainda Brasillach: o traidor - os factos

O enciclopédico Réprobo demonstra o seu conhecimento minucioso acerca da biografia de Brasillach. Receio, porém, que num ponto ou outro tenha «mordido o isco» deixado por Maurice Bardèche para a posteridade.
Diz o Confrade, sobre Brasillach: "Além de se ter portado bem na Guerra, como oficial, sem que as simpatias ideológicas o tenham feito, então, trair."
Brasillach e os seus camaradas de Je Suis Partout ficaram tristemente célebres por, entre tantas coisas, terem publicado regularmente uma coluna, "Partout et ailleurs", na qual denunciavam judeus: os que tinham mudado de nome, de morada, de profissão – fornecendo às autoridades alemãs o paradeiro de muitos deles (ex.: o caso David Rubiné, 7/7/1941).
Mas já antes – e aqui é que é o ponto – Brasillach se vangloriava de fazer de «bufo» dos judeus, começando logo pelos seus tempos como prisioneiro de guerra: gaba-se disso em carta de 29/7/1940 para os Bardèches, e até em carta para a sua mãe (de 20/11/1940), afirmando que tinha conseguido identificar e «silenciar» os judeus que, prisioneiros de guerra como ele, tinham passado ainda indetectados (apud Oeuvres Complètes, X, 563, 570).
Mais, em 26 de Maio de 1941 publica em Je Suis Partout um artigo, "Les Universités des Camps", no qual de novo se vangloria de ter denunciado e ajudado a silenciar os seus camaradas de armas que eram judeus e que estavam com ele nos campos de prisioneiros.
Ao republicar postumamente as crónicas de Brasillach, em Journal d'Un Homme Occupé (1955), o editor (Maurice Bardèche, sempre ele), omite deliberadamente o artigo, afirmando que ele não conteria senão informação técnica sobre os campos de prisioneiros (Bardèche percebeu obviamente a gravidade da atitude do seu cunhado).
No seu cego ódio anti-semita, Brasillach cometeu a pior e mais crapulosa das traições que um oficial pode cometer, a de denunciar camaradas seus a um carcereiro estrangeiro.
Acho que nem tenho que emitir mais juízos de valor, os factos são (horrivelmente) eloquentes.

2 comentários:

O Réprobo disse...

Meu Caro Jans,
não esqueça o ENTÃO, falei do período da guerra, antes do armistício, em que executou com dignidade as missões de que o incumbiram, inclusivé junto de Judeus, como graceja em trecho memorialístico,não caindo em sabotagens a que a ideologia tentaria e que foram o pão deles de cada dia dos comunistas chamados a servir nos exércitos ocidentais.
Depois do Armistício já se sabe das misérias coleccionadas, por vezes mais reivindicativo de repressão do que os Alemães, como mais perigoso do que Céline, porque articulando um discurso racional.
Só quis colocar o Haver ao lado do Deve.
Abraço

Diogo disse...

A ler:

The Transfer Agreement is Edwin Black's compelling, award-winning story of a negotiated arrangement in 1933 between Zionist organizations and the Nazis to transfer some 50,000 Jews, and $100 million of their assets, to Jewish Palestine in exchange for stopping the worldwide Jewish-led boycott threatening to topple the Hitler regime in its first year.


Very few understand that there were TWO entities that wanted the German, later European Jews, to emigrate out of Germany and Europe...the German Nazis and the Zionists. The World Zionist Organization and the American Jewish Council were adamant that Jews emigrate nowhere else than Palestine. The Germans had tried to arrange emigration to Madagascar and Uganda but those possibilities were closed by Jewish organizations. What remained is a working relationship with the Zionist organizations Irgun and Haganah to facilitate emigration to Palestine. The British made this difficult.

Edwin Black, of Jewish heritage, an erudite scholar wrote The Transfer Agreement: The Untold Story of the Secret Pact between the Third Reich and Jewish Palestine, published in 1984. Dr. Sybil Milton of the Simon Wiesenthal Center calls it,

a spellbinding, exciting book. This subject has not been previously explored. It adds a significant new dimension to our understanding of this critical era."

Yoav Gelber of the Yad Vashem Israel Holocaust Museum states,

Edwin Black's research is striking in its dimension and scope. The vast uncovering of source material and its extensive use are almost overwhelming. He penetrates deep into the political and economic processes of inter-Jewish relations and into gentile attitudes involving the rescue of Jews from Nazi rule for the benefit of the Zionist enterprise of Eretz Yisrael.

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