Não há nada mais insolente para uma pessoa infeliz do que a ostentação da felicidade alheia. Aprendi-o por mim mesmo na minha juventude, quando em momentos de desânimo, de incredulidade e de amargura invariavelmente aparecia alguém que muito pouco misericordiosamente se punha a ostentar os motivos das suas alegrias e a elencar os seus triunfos e proezas. Quando ao longo da vida ocorreram momentos em que me senti muito feliz procurei sempre ser discreto no gozo dessa felicidade, procurando não ferir susceptibilidades nem gerar contrastes dolorosos. Eu sei que as coisas mudaram muito e há hoje muito pouco sentido de decoro, mas continuo a chocar-me com as pessoas que parecem ser totalmente insensíveis a esse tipo de cuidado, e que pelo contrário presumem que a uma pessoa ostensivamente feliz todos os excessos serão perdoados.
O novo Ashram minimalista
quinta-feira, 11 de outubro de 2007
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1 comentário:
Bem visto .
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