O Prof. Doutor César das Neves (já vamos ver a importância do título) lembra-se de ensinar ao povão que o tresloucado Presidente do Irão é pessoa respeitável, doutorado em Engenharia dos Transportes (coisa de monta, o título académico iraniano), e – vamos lá ver se esta passa à primeira – é a cabeça de um regime... não resisto a transcrever... "o primeiro regime teocrático xiita da História não é uma ditadura desmiolada. É uma democracia que há quase três décadas manobra com argúcia na cena mundial".
O Prof. Doutor César das Neves ensandeceu, e só mesmo quem não faz ideia do que se passou nos últimos trinta anos no Irão, ou dispõe de um QI muito limitado, é capaz de engolir a patranha (os apelos à destruição de Israel são música para os ouvidos do Prof. Doutor César das Neves, percebe-se).
Quem só conheça o Prof. Doutor César das Neves é capaz de julgar que se trata de um lapso – mas vamos ver que não é nada disso, e que tudo bate certo.
O título do artigo é por si só um primor de desonestidade intelectual: "ENTRE OS HORRORES DO FANATISMO E DO RELATIVISMO", chama-se o escrito, e na mente do preclaro economista da Católica, encerrado na torre ebúrnea, a tirania teocrática e uma malcriação do Presidente da Universidade de Columbia equivalem-se moralmente. Mais, o adiantamento mental é de tal calibre que o Prof. Doutor César das Neves qualifica de «horror» o relativismo – o mesmo que permite a sociedade tolerante e liberal na qual há espaço para o ensino pseudo-confessional e concordatário em que o preclaro economista medra. Como, seguro da irreversibilidade das «conquistas» do relativismo que abomina, pode dar-se ao luxo de abusar delas e de declarar o seu tédio civilizacional, acha que é "insulto soez e gratuito" chamar-se aos bois pelos nomes e formular críticas à tirania.
Pelos vistos, o ilustre Prof. Doutor César das Neves não se apercebe de que, com as suas confusões semi-deliberadas, alinha com os mesmíssimos que ameaçaram o Papa por ele ter tentado dizer algo que, na imprudência de não ter sido previamente consultado o ilustre Prof. Doutor César das Neves, era também um "insulto soez e gratuito" ao Islão.
César das Neves (Prof. Doutor) hesita: estando o Papa em jogo, compreende-se, e do mesmíssimo ambiente que alimenta a "democracia de há três décadas" refere a "intolerância totalitária de uma fé imposta pela força" (como? pela força? numa democracia? Ó César, em que é que ficamos?).
O artigo depois dilui-se em rapapés e salamaleques muito rasteiros dirigidos ao Papa, que muito se riria dessas venerações incongruentes se tivesse tempo a perder com essas subserviências aduladoras (de que deve estar farto, inteligente como é).
Retenho que, para o Prof. Doutor César das Neves, a Universidade de Columbia e o caravanserai em que pontificava o Prof. Doutor Ahmadinejad são equivalente académicos – o que muito contribui para dar lustro aos títulos que o Prof. Doutor César das Neves, orgulhosamente, ostenta. Não lhe ocorre que essa equivalência indiscriminadora seja a demonstração mais rematada e retoricamente eficaz de relativismo; e também nem lhe ocorre reler o texto de Bento XVI cuja genialidade o extasia: é que lá o que se critica não é o relativismo, é o positivismo – uma coisa que... vamos lá a ver (esta é da filosofia do liceu)... está nos antípodas do relativismo... e que Bento XVI critica porque (segura-te ó César!)... porque entrava o muito relativista «diálogo de culturas»! (estará o próprio Papa «contaminado» de relativismo? O tempora, o mores!)
No fervor da sua retórica inebriante, o Prof. Doutor César das Neves remata insinuando que «nas revistas ocidentais» (evidentemente não especifica quais, porque não existem) o Papa foi "criticado brutalmente". Caímos no delírio: primeiro porque desconhecíamos que as «revistas ocidentais» fossem veículos de acrisolado relativismo (as porcas...); segundo porque está por nascer o genuíno relativista que vai perder tempo a "criticar brutalmente" seja o que for, e muito menos um Papa que tem empunhado – e bem, posso dizê-lo eu, que não quero agradar a qualquer hierarquia, nem preciso – a bandeira da tolerância.
O Prof. Doutor César das Neves ensandeceu, e só mesmo quem não faz ideia do que se passou nos últimos trinta anos no Irão, ou dispõe de um QI muito limitado, é capaz de engolir a patranha (os apelos à destruição de Israel são música para os ouvidos do Prof. Doutor César das Neves, percebe-se).
Quem só conheça o Prof. Doutor César das Neves é capaz de julgar que se trata de um lapso – mas vamos ver que não é nada disso, e que tudo bate certo.
O título do artigo é por si só um primor de desonestidade intelectual: "ENTRE OS HORRORES DO FANATISMO E DO RELATIVISMO", chama-se o escrito, e na mente do preclaro economista da Católica, encerrado na torre ebúrnea, a tirania teocrática e uma malcriação do Presidente da Universidade de Columbia equivalem-se moralmente. Mais, o adiantamento mental é de tal calibre que o Prof. Doutor César das Neves qualifica de «horror» o relativismo – o mesmo que permite a sociedade tolerante e liberal na qual há espaço para o ensino pseudo-confessional e concordatário em que o preclaro economista medra. Como, seguro da irreversibilidade das «conquistas» do relativismo que abomina, pode dar-se ao luxo de abusar delas e de declarar o seu tédio civilizacional, acha que é "insulto soez e gratuito" chamar-se aos bois pelos nomes e formular críticas à tirania.
Pelos vistos, o ilustre Prof. Doutor César das Neves não se apercebe de que, com as suas confusões semi-deliberadas, alinha com os mesmíssimos que ameaçaram o Papa por ele ter tentado dizer algo que, na imprudência de não ter sido previamente consultado o ilustre Prof. Doutor César das Neves, era também um "insulto soez e gratuito" ao Islão.
César das Neves (Prof. Doutor) hesita: estando o Papa em jogo, compreende-se, e do mesmíssimo ambiente que alimenta a "democracia de há três décadas" refere a "intolerância totalitária de uma fé imposta pela força" (como? pela força? numa democracia? Ó César, em que é que ficamos?).
O artigo depois dilui-se em rapapés e salamaleques muito rasteiros dirigidos ao Papa, que muito se riria dessas venerações incongruentes se tivesse tempo a perder com essas subserviências aduladoras (de que deve estar farto, inteligente como é).
Retenho que, para o Prof. Doutor César das Neves, a Universidade de Columbia e o caravanserai em que pontificava o Prof. Doutor Ahmadinejad são equivalente académicos – o que muito contribui para dar lustro aos títulos que o Prof. Doutor César das Neves, orgulhosamente, ostenta. Não lhe ocorre que essa equivalência indiscriminadora seja a demonstração mais rematada e retoricamente eficaz de relativismo; e também nem lhe ocorre reler o texto de Bento XVI cuja genialidade o extasia: é que lá o que se critica não é o relativismo, é o positivismo – uma coisa que... vamos lá a ver (esta é da filosofia do liceu)... está nos antípodas do relativismo... e que Bento XVI critica porque (segura-te ó César!)... porque entrava o muito relativista «diálogo de culturas»! (estará o próprio Papa «contaminado» de relativismo? O tempora, o mores!)
No fervor da sua retórica inebriante, o Prof. Doutor César das Neves remata insinuando que «nas revistas ocidentais» (evidentemente não especifica quais, porque não existem) o Papa foi "criticado brutalmente". Caímos no delírio: primeiro porque desconhecíamos que as «revistas ocidentais» fossem veículos de acrisolado relativismo (as porcas...); segundo porque está por nascer o genuíno relativista que vai perder tempo a "criticar brutalmente" seja o que for, e muito menos um Papa que tem empunhado – e bem, posso dizê-lo eu, que não quero agradar a qualquer hierarquia, nem preciso – a bandeira da tolerância.
2 comentários:
Realmente! Que deu na cabeça do César das Neves? Um petardo persa? Se ainda fosse o Prof. Doutor Stilwell ou o Prof. Doutor Espada, também dignos ornamentos da U. Católica...
Eu coloquei-lhe várias questões sobre este texto e ele respondeu. Está no meu blog.
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