Ainda no Expresso, o oxoniense Espada, que se toma a ele próprio cada vez mais a sério (para compensar o facto de cada vez menos gente o tomar a sério), revela o seu entendimento sobre o que é o liberalismo: é os contribuintes desembolsarem umas massas, sob forma de «vouchers», «cheques-educação», a serem entregues a instituições privadas, e obviamente, pontificando entre todas, à Universidade Católica que dá guarida a Espadas e quejandos.
Liberalismo não é confiar nas leis do mercado ou no financiamento privado de instituições privadas, não senhor: fiel à tradição devorista que tem barbas entre nós, e que não há dúvidas de que aparece conotada com as origens peculiares do liberalismo oitocentista «versão lusa», para o preclaro Espada liberalismo é mamar sem restrições, à tripa forra, na teta úbere do orçamento - é, com o auxílio do «ius cogens», arrecadar o tributo, ir violentamente ao bolso de quem produz, e depositar o espólio aos pés de uns mamões indolentes. Assim vale a pena ser-se liberal.
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