Ontem, enquanto arrumava uma papelada, fui deitando um canto de olho ao debate na RTP sobre o caso McCann. Mau de mais, seria difícil mais infeliz exercício de burrice, de charlatanismo e de paranóia. Um catedrático espanhol (a variante mais moderna dos vendedores de laranjas andaluzas) assegurava que a mãe é culpada... porque não sorri. O inenarrável Moita Flores (para mim um portento, visto que é a única pessoa capaz de me fazer sentir saudades de Mário Zambujal) rosnava contra a pérfida Albion, e desenterrava a múmia da «cabala». Um rústico de caspa nas pestanas asseverava que a sua abordagem era científica e que, por isso... (segurem-se)... não emitia opiniões.
Como acontece sempre que três ou quatro jericos se encontram e entram num despique de zurros, a coisa acabou com tiradas de auto-congratulação, dizendo todos que finalmente se tinha feito luz, que o debate tinha sido muito pedagógico.
Estranhamente faltou lá um representante dos comerciantes algarvios que ficam prejudicados com a saída do casal suspeito: imagina-se o número de roulotes que já se tinham instalado, os quilos de torresmo e de sandes de coirato, os litros de «mines» que vão deixar de se vender aos basbaques que iam lá em demanda do sobredito casal. Moita Flores podia ter dito uma palavrinha em favor desses comerciantes e contra os poderosos capitalistas britânicos que conseguiram agora «capturar» esse negócio lucrativo; mas (cá vem a cabala) dizem-me que ele próprio está a soldo dos comerciantes de cachorros, bifanas e miaus do distrito de Santarém, e está inibido de dar qualquer apoio à concorrência.
Como acontece sempre que três ou quatro jericos se encontram e entram num despique de zurros, a coisa acabou com tiradas de auto-congratulação, dizendo todos que finalmente se tinha feito luz, que o debate tinha sido muito pedagógico.
Estranhamente faltou lá um representante dos comerciantes algarvios que ficam prejudicados com a saída do casal suspeito: imagina-se o número de roulotes que já se tinham instalado, os quilos de torresmo e de sandes de coirato, os litros de «mines» que vão deixar de se vender aos basbaques que iam lá em demanda do sobredito casal. Moita Flores podia ter dito uma palavrinha em favor desses comerciantes e contra os poderosos capitalistas britânicos que conseguiram agora «capturar» esse negócio lucrativo; mas (cá vem a cabala) dizem-me que ele próprio está a soldo dos comerciantes de cachorros, bifanas e miaus do distrito de Santarém, e está inibido de dar qualquer apoio à concorrência.
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