Ontem, antes do jantar eufórico, um almoço recatado com um pastor evangélico, a contar-me as grandezas e misérias do múnus espiritual dos confins de Angola. Falei-lhe da conferência de hoje, e ele retorquiu-me que dor e miséria é o seu quotidiano, e que isso nunca o fez perder a fé, e que é a fé que anima os cristãos naquela última e decisiva fronteira. Um homem simples, pobre, e nobre; no sorriso rasgado vê-se a sabedoria, nos gestos a ternura e o ardor do sacerdócio, no silêncio uma resignação intimamente reconciliada.
Bombardeei-o de questões, de curiosidade genuína, e ele, admirado pela relevância do seu pequeno mundo para alguém tão distante, respondeu minuciosamente. Pontos altos: os rituais funerários no Sul de Angola, a sua visão africana de Cristo.
Bombardeei-o de questões, de curiosidade genuína, e ele, admirado pela relevância do seu pequeno mundo para alguém tão distante, respondeu minuciosamente. Pontos altos: os rituais funerários no Sul de Angola, a sua visão africana de Cristo.
No fim, agradeceu-me muito humilde e calorosamente o almoço que eu lhe tinha oferecido. Bom homem, nem percebeu que no que verdadeiramente interessa era ele que mo tinha oferecido.
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