Agora que os seguidores de Lefebvre rejubilam com a reintrodução da missa em latim e do «rito tridentino» (lamentando alguns ainda, sei-o, que a missa em latim não seja reintroduzida como obrigatória, ou que não se regresse aos tempos do latim como lingua franca), convém lembrar a singela advertência de São Paulo (1 Coríntios 14:15-19):
"15- Pois bem, que devo então fazer? As duas coisas: orarei no Espírito, e orarei com palavras que eu entendo; cantarei no Espírito e cantarei com palavras que eu entendo.
16- Porque se louvarem a Deus de uma forma espiritual, sem que o entendimento acompanhe o que estão a dizer numa língua desconhecida, como é que aqueles que estão presentes vos podem acompanhar no louvor a Deus se não sabem o que vocês estão a dizer?
17- Podem até estar a dizer coisas muito belas mas que não serão de ajuda nenhuma para quem ali está.
18- Eu dou graças a Deus porque falo em línguas mais do que qualquer um de vocês.
"15- Pois bem, que devo então fazer? As duas coisas: orarei no Espírito, e orarei com palavras que eu entendo; cantarei no Espírito e cantarei com palavras que eu entendo.
16- Porque se louvarem a Deus de uma forma espiritual, sem que o entendimento acompanhe o que estão a dizer numa língua desconhecida, como é que aqueles que estão presentes vos podem acompanhar no louvor a Deus se não sabem o que vocês estão a dizer?
17- Podem até estar a dizer coisas muito belas mas que não serão de ajuda nenhuma para quem ali está.
18- Eu dou graças a Deus porque falo em línguas mais do que qualquer um de vocês.
19- Mas num culto público preferiria dizer uma frase apenas, com cinco palavras que fosse, mas que todos compreendessem e que a todos ajudasse, do que um discurso de milhares de palavras numa língua desconhecida."
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Pobre São Paulo, que anda tão esquecido - até no Vaticano!
4 comentários:
Não seria então melhor reintroduzir o estudo do latim?
Estou à vontade, porque nunca me bati pelo regresso ao culto antigo. Mas a possibilidade de por ele OPTAR parece a mais consensual e... abrangente (ai, que palavra!) das posições. Não me diga, Caro Jans, que é isso que dói?
Doer... a mim pessoalmente nada disto dói, e enquanto ninguém vier com noções de obrigatoriedade - é como diz o Confrade, a opção é sempre consensual - o problema do ritual é secundário, secundaríssimo. Só que:
1) quem ouvir algum clérigo com experiência de África ou América do Sul, como conheço alguns, imediatamente percebe que hoje o combate é bem outro, as urgências são inteiramente outras, e por isso em comparação é uma pura frivolidade aburguesada o Vaticano andar a perder tempo com estas clientelas europeias;
2) a passagem de São Paulo que eu citei foi invocada ontem por um dos clérigos portugueses de topo, tido pelo mais inteligente da sua geração - e foi invocada para espelhar a resistência generalizada a esta última iniciativa do Papa (por alguma razão o Papa, percebendo a falta de consenso, teve que lançar mão do motu proprio...).
Pobre de mim, gosto do São Paulo mas sózinho nunce chegaria a esta tão pertinente passagem da Carta aos Coríntios...
Quanto a aprender latim - eu por mim tenho uns rudimentos, mas não aconselharia ninguém a gastar um segundo a aprender latim sem antes demonstrar pleno domínio na actual «lingua franca» que é o inglês.
Eu talvez aconselhasse a aprender bem português se quisesse saber qualquer outra língua, fosse ela o inglês ou o latim.
Quanto à missa, estou de acordo com S. Paulo.
E sou professora de Latim.
Um abraço
Não seria melhor instituir no rito católico o moinho de orações em tibetano, para não facilitar em excesso a reflexão exegética?
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