Quem ignore profundamente o que é a História de Portugal, antes e depois do liberalismo e do constitucionalismo (e em especial depois), ou até quem ignore o zelo ibérico com «limpezas de sangue» e com «pertenças a facções», ou até o fervor europeu com a denúncia de heterodoxias e com a subserviência à «majestade», ou a muito universal tendência para cortes, favoritismos, reciprocidades e exclusivos de clique – uma tendência aliás muito visível no gregarismo de todos os primatas – é que é capaz de surpreender-se com o ambiente de intimidação e delação de que o episódio DREN é a manifestação mais recente.
Nada de novo debaixo do Sol: francamente, que julgarão as pessoas que é a função primordial dos caciques partidários, senão a de denunciarem o «lesa-majestade» dos heréticos? Ao menos a Sra. da DREN tem a frontalidade de fazê-lo às claras, assumindo o que faz: para cada caso como o dela há milhares de simpáticos camaradas que dão palmadas nas costas do indígena um minuto após terem feito um telefonema a denunciá-lo – e que são genuinamente simpáticos apenas pelo gozo de anteverem a recompensa prometida para o seu mercenarismo servil.
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