Quando há um ano acusava a canalha anti-semita de má fé nos seus protestos de acrisolado amor pelo povo palestiniano, sabia muito bem – bem de mais – do que falava. Aquela gente despreza profundamente o povo palestiniano, e apenas se interessa por ele como uma fonte de constante embaraço para o Estado de Israel, e interessa-se especialmente pelos líderes fanatizados que prometem completar o «trabalhinho» deixado a meio por Hitler.
A prova está feita: um ano depois, voltam a morrer palestinianos em grande número. Mas como desta feita se matam uns aos outros, sem envolverem nisso qualquer interesse de Israel, sem ao menos matarem uns judeus, a canalha anti-semita demonstra, com o seu silêncio, a mais soberana indiferença. Batiam no peito há um ano, choravam, protestavam; um ano passado cai-lhes a máscara e demonstram que, para eles, o povo palestiniano é lixo humano.
Sei muito bem como eles pensam, só me surpreende que de vez em quando apareçam uns néscios de boa fé que ainda lhes «compram» a ladainha odienta.
10 comentários:
E já agora, por que razão insiste em chamar «anti-semitas» a todos aqueles que defendem a evidência da culpabilidade sionista no roubo da Palestina à sua população autóctone?
Então os palestinianos muçulmanos e cristãos não são também semitas, e até de forma muito mais evidente que a esmagadora maioria dos judeus russos ou dos falachas etíopes que têm a sua emigração para Israel assegurada em obediência a (supostos) decretos divinos que datam do neolítico?...
Ou a culpabilidade judaica (e não «semita»!) é a tal ponto óbvia que é necessário insinuar um sinistro móbil racista em todos os que se apercebem das tremendas injustiças cometidas contra os palestinianos?
Quando muito «anti-judeus», não lhe parece? No sentido cultural e religioso, e não em algum disparatado sentido étnico...
Jansenista: «fonte de constante embaraço para o Estado de Israel»
Como assim? Em que medida é que o que se passa no interior de um complexo concentracionário sob sequestro embaraça os guardiões que o sequestram? Não pode especificar? Está aqui está a dizer que a culpa é do Lagerführung e não do Häftlingsführung...
E até pode ter razão. Mas passará a pensar mais claramente no dia em que dispensar o seu discurso esganiçado e os adjectivos insultuosos que distribui a todos os que não são racial-sionistas. Lembro-lhe a profecia de Raphael Eitan (chefe de estado maior, membro do Knesset e ministro da agricultura, em 12 de Abril de 1983):
"When we have settled the land, all the Arabs will be able to do about it will be to scurry around like drugged cockroaches in a bottle."
Esses dias estão a chegar e só falta ver o que vão fazer as estruturas «infestadas» para escaparem à «infestação». Só os imbecis é que acham que uma solução duradoura para o problema da espoliação dos palestinianos pelos judeus consiste em continuar a atribuir a culpa do crime à vítima.
O trio botelheiro, além de enfiar invariavelmente a carapuça (qual dos três será o néscio?), tem sempre o dom de ilustrar admiravelmente o que eu entendo por argumentação da «canalha anti-semita» (pudera, todos os três são anti-semitas encartados, e um faz mesmo gala de ser negacionista).
Segundo a argumentação, o que os jordanos, os sírios, até os libaneses e mais recentemente os sicários do Irão fazem aos palestinianos não interessa; o que os próprios gangs palestinianos fazem aos seus concidadãos não interessa - pudera, para a canalha anti-semita os palestinianos são «lixo humano».
Agora a «opressão» israelita, isso sim, isso é que é a causa de tudo!
Chega de tempo gasto com o trio, que já avança com insultos. Mais um e já sabem...
Respondemos (*) com todo o gosto e segundo o código de boas maneiras que nos caracteriza. A resposta é simples: o néscio, em nossa opinião, é o prezado Jansenista, passe a devolução do brinde. E não só néscio, mas muito casquita grossa do ponto de vista da argumentação (deformação profissional?).
Porquê?
Em parte porque não se apercebe da triste figura que faz ao queixar-se dos outros que «já começam com insultos»... logo depois de iniciar o seu discurso com vituperações tão bonitas como «canalhas» e «anti-semitas» (que cliché mais confortável, esse do «anti-semitismo» que para tudo serve, até para fugir com o rabo à seringa moralmemente mais que justificada do anti-judaismo)!...
E em parte porque nem sequer procura ver a mais elementar de todas as verdades sobre a situação do Médio Oriente: que a ascensão do radicalismo religioso é uma consequência directa da cumplicidade ocidental na espoliação dos palestinianos pelos judeus primeiro, e depois da promoção do aberrante estado suprematista judeu a super-potência regional dotada de armas nucleares!
Na Palestina como no Iraque, os mesmos erros crassos: não se podia negociar com a FLP e nem sequer indemnizar as vítimas de expulsão e confiscação de terras e bens, primeiro porque os palestinianos «não existiam» (Golda dixit), e depois -- quando começaram a existir à bomba -- porque o Arafat não era um «interlocutor viável» (já que não se satisfazia com o papel da «barata dentro de garrafa»). E no Iraque a mesma história: não se podia ajudar o Saddam a continuar a secularizar o país porque o seu regime não era uma democracia jeffersoniana...
Bom, os resultados estão a vista, Jansenista. E vão continuar a estar. A Palestina era uma das terras árabes menos radicalizadas do ponto de vista religioso; o mesmo se podia dizer do Iraque do Ba'ath. Mas parece que a estratégia de longo prazo israelita triunfou em pleno: agora o futuro a deus pertence. Vá rezando para que não lhe caia em cima nenhuma A(N)DM "made in Israel", quando aquilo entrar nos estertores finais, no decorrer das próximas 2 ou 3 décadas...
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(*) Todos os 24, já que estamos apostados em fundar uma nova Jarreteira.
Os estafados argumentos, pena que não recubram a situação presente, nem tudo o que os palestinianos sofreram, seja no «Setembro Negro» e na expulsão da Transjordânia, seja às mãos do cleptocrata Arafat, etc., etc., por aí fora. Joguem com a memória curta, ó trio, que é sempre terreno fértil para clichés. Quem não sabe nada de nada até é capaz de acreditar que a Jordânia é mais amiga dos palestinianos do que Israel...
Quanto à radicalização religiosa, é indiferente, não eram melhores os secularizados terroristas que assaltavam os aviões e matavam os civis nos aeroportos.
E o jogo de palavras com o anti-semitismo? Quelle trouvaille! Qual dos três é que é o génio?
Já lhe disse que a legião cresceu. Por que razão é que continua a falar em três? Adiante. Passemos ao que interessa.
A trouvaille que refere não passa, pelo contrário, de uma elementar aplicação do senso comum.
Eu explico: o uso que faz -- conscientemente ou não -- do cliché do «anti-semitismo» para atacar qualquer crítico do papel do suprematismo judeu em Israel (ou no mundo através da imposição da censura judaica à investigação da mentira histórica do «Holocausto») é abusivo e malcriado porque, em vez de apresentar argumentos, procura reduzir os seus adversários à condição de obscuros néscios eivados de preconceitos e superstiçoes raciais oitocentistas.
Em tempos, o embaixador do Egipto nas Nações Unidas respondeu à acusação de anti-semitismo com as simples palavras «eu sou semita!». O que a killer joke (se me permite invocar o sketch dos Monty Python) do «anti-semitismo» visa é transportar o debate -- ou de preferência cancelá-lo á partida! -- para a esfera das abstracções racias, afastando-o de tópicos bem concretos como sejam as revoltantes acções dos judeus e suas poderosas organizações internacionais em Israel e no mundo.
Não de todos os judeus, como é evidente, mas para medir melhor a profundidade dos seus próprios preconceitos, reflicta um pouco sobre o que seria a sua reacção se eu lhe sugerisse que os «judeus virtuosos» (os righteous Jews, se preferir) dignos da honrosa excepção mal chegariam, à razão de uma árvore por recto espírito, para plantar um pequeno pinhal... Ou, se preferir, se eu lhe sugerisse começar a atribuir a culpabilidade das desgraças que se passavam no interior do gueto de Varsóvia durante a 2ªGM aos aí internados ou à corrupção da sua polícia interna...
Deixe-me apontar-lhe o comentário de um inglês de cor negra a um artigo da autoria conjunta do Anthony Julius (advogado da Lisptadt no processo Irving) e do Alan Dershowitz (principal promotor do boicote ao Finkelstein!) que acabo de ler no Times Online:
"Well, well, well, what a suprise that the boycott is seen as anti-semitic rather than anti-Israeli. As a black man born in this country in the 60s, the clamour to call the boycott anti-semitic smacks of the 'is it because I is black' attitude. I don't agree with what the Israelis are doing as regards Palestinians and particularly the walled Bantustans they have now created, and I'm not sure how much effect this boycott will really have - but does that make me anti-semitic? I don't buy Israeli products just as I didn't buy South African products some years back, and now Israelis are going to boycott British goods in response. So are all British people, British Companies anti-semitic? It seems to me that Israelis are always quick off the mark to point the finger and say someone is anti-semitic if they are criticised. Julius & Dershowitz are making it about being anti-semite, not me - so why not ask yourselves 'is it because I is Jew'? Actually no, it's because you are Israeli."
Lloyd, Coventry
Actualização dos boicotes:
DePaul Professor Who Supported Finkelstein Also Was Denied Tenure
Finkelgate
Aguardam-se protestos das organizações judaicas contra estes boicotes...
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