O Confrade Je Maintiendrai chama a atenção para algumas verdades elementares quanto a pertenças e incompatibilidades. Acontece que estamos num país no qual a congruência nada rende e a independência é quase um palavrão - tornando imperioso que se pertença ao maior número possível de coisas. O melhor é pertencer-se ao Turf Club e «papar mais missas» do que o Raposão e, a horas mortas, dar um saltinho à loja lá no Bairro Alto. Fazer uma perninha no Santo Sepulcro e na Ordem de Malta mas não esquecer umas visitas às capelinhas do Rato, as literais e as figuradas. Ser-se contra o aborto mas enviar-se as barregãs a grande velocidade, ao mínimo «deslize», para as negregadas clínicas de Badajoz.
Eu sei que de vez em quando lá há um vislumbre de escrúpulo, um rebate, como um pitoresco que eu conheci que guardava as pagelas na gaveta da secretária antes de ir fazer serão em devoções mais imperiosas, na Duque de Loulé e na Luciano Cordeiro.
Mas, Confrade, entre rir e chorar - é só rir, acho que sem essas incongruências a burguesia lisboeta seria totalmente insuportável, melhor seria emigrarmos para Braga. Assim, com uma velinha a Deus e outra ao Diabo, os figurões parecem mais humanos, chegam a ser engraçados, não sei porquê fazem-me pensar no António Silva.
3 comentários:
Salvaguardado o são princípio que ninguém é juiz de ninguém, e o auto-respeito em termos do custo imenso a que sai a coerência no foro íntimo, desde já esclareço que tanto se me dá como se me deu que alguém ande de avental a venerar triângulos com olhos, ou que seja devoto da Senhora da Penha de França. Mantenham-se é as distâncias e não nos ponham os alhos ao lado dos bugalhos; de laxismos, relativismos e quejandas desonestidades andamos nós todos pelos cabelos. Tem razão: António Silva, nas personagens da trapalhice, do ridículo, do oportunismo, do trolaró nacional; talvez, realmente, só a rir...
O futuro que vos espera em matéria de olhos e bug-olhos...
Já agora, para actualizar o interesse do nosso prezado Jansenista pelos boicotes da besta coberta de olhos: tunfas!...
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