O novo Ashram minimalista

sábado, 12 de janeiro de 2008

Carry On... BCP! O caso Campos e Cunha, supervisor pseudo-cego

No blogue Da_Literatura aparecem transcritas algumas afirmações do Prof. Doutor Campos e Cunha ao Jornal Público, acerca da Guerra de Corso na banca portuguesa.
Destaco a seguinte passagem:
+++
"Um pouco de pedagogia, para evitar a demagogia. Antes de mais, a CMVM e o BdP não certificam as contas dos bancos. Não têm esse mandato, nem essa capacidade, nem essa responsabilidade. Pelo contrário, partem dessa contabilidade auditada e certificada para a sua actividade e, se quiserem, fazem perguntas e inspecções. Mas qualquer pessoa ligada à supervisão, em qualquer parte do mundo, dirá que se uma empresa está determinada a fazer uma ocultação deliberada consegue enganar as autoridades de supervisão. Ou é apanhada pelas auditorias (internas ou externas), ou há uma denúncia. ou passa incólume."
+++
Lembram-se do Prof. Doutor Campos e Cunha? Reformado do Banco de Portugal, fugazmente Ministro das Finanças (em acumulação), director da Faculdade de Economia da Universidade Nova.
Ninguém melhor para confessar, pois, com esta candura, a radical incompetência da supervisão bancária em Portugal.
A frontalidade do analista é apreciável. Mas quando nos lembramos das responsabilidades que teve, o resultado passa a ser arrepiante.
Para usarmos uma alegoria, é como se um guarda florestal confessasse que só há dois tipos de guardas florestais: os cegos e os compadres dos pirómanos. E não deixa de ser revelador o esforço do guarda florestal para nos convencer de que pertence à primeira dessas duas categorias...

2 comentários:

Francisco disse...

ex-director da Faculdade de Economia da Universidade Nova sff

Anónimo disse...

Primeiro que tudo, os meus Parabéns pela Excelência dos seus conteúdos.

Relativamente ao "post" apenas me ocorre dizer que tudo se vai resolvendo com uma palmadinha nas costas e uns cafézitos no final de mais um dia de alegre trabalho de... como é que eles dizem?... auditoria?...

Veja bem que até o nosso Governador, em tempos medievos chamado de Chanceler-Mor ou Guarda-Selos do Reino, vem agora dizer que ninguém lhe referiu ser urgente a sua deslocação às Cortes. E que assim sendo, ainda quer mais uma semana para se preparar para a audição. Pronto, lá está, depois vai tudo até à cafetaria beber uma bica... Parece que fumar só nas varandas...
De qualquer modo, não há sirenes, não há novidade. Parece que não é apenas o Amor Camoniano esse fogo que arde sem ver... Há outros Amores, por certo.

Arquivo do blogue